FLOR DE POESIA
Faço da poesia um livre buquê de flores flututantes a enfeitar a rotina clara ou escura dos dias que vivo ou que me vivem: um a menos ou a mais, já tanto faz... Seja lá de que jeito for, águo, religiosamente, as flores de nuvens a ornamentar meu dia-a-dia. Essas flores de nuvens que águo diferenciam-me os dias. Adubo-as com palavras. Escrevo pra mim e pro mundo que crê em flores de nuvens. Escrevo como quem dependura um quadro na parede ou um enfeite na árvore de Natal. A fonte da minha escrita são os devaneios que colho na minha flor etérea. São formas diferentes de ver e dizer o que todos vêem e dizem igual. Às vezes, nem vêem, e por isso não dizem. Quase sempre vêem, sentem e calam. Perdão aos que acreditam que sementes só germinam na terra. As minhas, espalho-as ao vento e, de vez em quando, encontram um meio líquido pra germinar, brotam em belos olhos azuis: clausura eterna de minha alma na flor do olhar de Annaclara. Rosane Coelho
Enviado por Rosane Coelho em 11/07/2006
Alterado em 12/07/2006 |