01/04/2007 14h11
CARA ESTRANHO
(Marcelo Camelo)
Olha só, que cara estranho que chegou Parece não achar lugar no corpo em que Deus lhe encarnou Tropeça a cada quarteirão não mede a força que já tem exibe à frente o coração que não divide com ninguém Tem tudo sempre às suas mãos mas leva a cruz um pouco além talhando feito um artesão a imagem de um rapaz de bem Olha ali quem está pedindo aprovação Não sabe nem pra onde ir se alguém não aponta a direção Periga nunca se encontrar Será que ele vai perceber que foge sempre do lugar deixando o ódio se esconder Talvez se nunca mais tentar viver o cara da TV que vence a briga sem suar e ganha aplausos sem querer Faz parte desse jogo dizer ao mundo todo que só conhece o seu quinhão ruim É simples desse jeito quando se encolhe o peito e finge não haver competição É a solução de quem não quer perder aquilo que já tem e fecha a mão pro que há de vir... Salve Los Hermanos!!!! Quantos de nós somos assim: desajeitados, sem encaixe nas exigências do outro e de nós mesmos... Quem é você? Quem sou eu? Quem somos nós? Somos o que pensamos ser ou somos o que os outros percebem? Somos a soma de nossas escolhas ou somos o produto de escolhas alheias? Somos para nós ou somos para o outro? Traçamos nossos caminhos ou trilhamos caminhos indicados por outros? Quem dita a minha direção: eu, nós ou eles? Como encontrar o que não sabemos ao certo porquê e para quê buscamos? Somos caras estranhos na tentativa de equilíbrio sobre a linha imaginária traçada por mãos alheias. Precisamos abrir mão desses caminhos já trilhados... Precisamos desconstruir o conhecido, despencar no desequilíbrio do caos, em busca da re_construção do ser autêntico: meu, nosso e deles... Publicado por Rosane Coelho em 01/04/2007 às 14h11
|