04/08/2006 18h27
DO POVO BUSCAMOS A FORÇA
Não basta que seja pura e justa
a nossa causa. É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós. Dos que vieram e conosco se aliaram muitos traziam sobras no olhar intenções estranhas. Para alguns deles a razão da luta era só ódio: um ódio antigo centrado e surdo como uma lança. Para alguns outros era uma bolsa bolsa vazia (queriam enchê-la) queriam enchê-la com coisas sujas inconfessáveis. Outros viemos. Lutar pra nós é ver aquilo que o Povo quer realizado. É ter a terra onde nascemos. É sermos livres pra trabalhar. É ter pra nós o que criamos Lutar pra nós é um destino - é uma ponte entre a descrença e a certeza do mundo novo. Na mesma barca nos encontramos. Todos concordam - vamos lutar. Lutar pra quê? Pra dar vazão ao ódio antigo? ou pra ganharmos a liberdade e ter pra nós o que criamos? Na mesma barca nos encontramos. Quem há-de ser o timoneiro? Ah! as tramas que eles teceram... Ah! as lutas que aí travamos... Mantivemo-nos firmes: no povo buscáramos a força e a razão Inexoravelmente como uma onda que ninguém trava vencemos. O Povo tomou a direção da barca. Mas a lição lá está, foi aprendida: Não basta que seja pura e justa a nossa causa. É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós. (Agostinho Neto, em Poemas de Angola) Respeito, admiração e solidariedade ao povo cubano e a Fidel Castro: grande resistência socialista mundial. Publicado por Rosane Coelho em 04/08/2006 às 18h27
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