parto de palavras

rosane coelho

Meu Diário
16/08/2006 18h21
ALFÂNDEGA
(Jélson de Oliveira)


Declaro para os devidos fins
Que tenho 4 pensamentos obscenos agora
E cruzo o cabelo da tarde com eles
Abaixo da língua.

Declaro um pouco de escuridão
E nadando uma flor na algibeira.

Declaro um silêncio nos olhos
E a tinta da aurora roubada
Numa esquina de Roma, e suas pedras.

Declaro um verso colhido numa fonte
Na alta Chamois, derretendo-se.

Declaro para os devidos fins
Que se fizerem necessários aqui e agora
Que sou nas coisas perenes
Traficante do invisível.


* do Baú da Nédier *


Eta, poeta! Que bom que você não sonegou essa imagem linda: e nadando uma flor na algibeira... Contrabandeei seus versos aqui pro Parto. A Nédier carimbou o passaporte... Quando você passar na alfândega e apertar o botãozinho, com certeza todas as luzes verdes se acenderão... Flor na algibeira e tinta de aurora roubada é demais da conta!

Publicado por Rosane Coelho em 16/08/2006 às 18h21

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